Ganesha simboliza a sabedoria, inteligência, amor, fertilidade e prosperidade. É o primeiro a ser invocado nas cerimônias para garantir o sucesso em qualquer empreendimento. Ele destrói todos os obstáculos materiais e espirituais. Os indianos dedicam à Ganesha o dia 9 de setembro para homenageá-lo (é feriado na Índia e as festividades duram uma semana)... veja "A História de Ganesha" postado no Blog em julho/2009

“O Yoga acredita em transformar o individual antes do universal.
Qualquer mudança que nós quisermos que aconteça fora de nós, deve primeiramente acontecer dentro de nós.
Se você caminha em paz e expressa esta paz em sua vida cotidiana, outros verão você e certamente aprenderão algo.”




quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A relação entre Yoga e Meio Ambiente


Texto de Tales Nunes

O Yoga é muito mais do que uma prática corporal, é um estilo de vida. E como um estilo de vida, abarca não apenas o âmbito individual, mas o coletivo. Um indivíduo que tenha um comprometimento com uma vida de Yoga tem influência nas pessoas ao seu redor e no ambiente em que está inserido. Vejamos então como a prática de Yoga está vinculada a uma atitude ecologicamente ética e a uma aproximação da natureza.
O Yoga propõe uma conduta ética que é balizada por valores que chamamos de yamas. Entre estes, estão a não-violência e o desapego. Existem outros valores yogis, mas a incorporação de apenas esses dois no nosso dia-a-dia é em si uma postura revolucionária, de transformação ambiental coletiva.
Compreender o que é desapego e incorporar esse valor nos mostra que podemos levar uma vida muito mais simples do que levamos. Ajuda-nos a ver os bens materiais de maneira mais objetiva, colocando o valor de uso acima do fetiche. E isso faz com que tenhamos a lucidez para consumirmos menos, o que significa poupar a natureza e poluir menos. Por sua vez, viver a não-violência é fundamental para que preservemos e tentemos evitar causar dano a qualquer tipo de manifestação de vida.
E como ferramenta de transformação, o Yoga nos oferece, também, uma ampla gama de práticas corporais. A partir da consciência do nosso corpo, da nossa respiração, do espaço que ocupamos no mundo, o Yoga ajuda a nos conectar com os ritmos e as forças da natureza. Além disso, por meio da meditação e do questionamento, o Yoga nos coloca numa postura de reflexão sobre qual é o nosso papel individual e social na vida. São muitos os relatos de praticantes de Yoga que mudaram completamente o seu estilo de vida, simplificando-o.
São freqüentes os casos de pessoas que pararam de comer carne, outras que largaram seus trabalhos, pois descobriram que estes não faziam mais sentido em suas vidas (muitas vezes por serem trabalhos eticamente questionáveis) ou mesmo que saíram da cidade e foram morar junto à natureza. Há diversas histórias também de yogis que permaneceram nas cidades, mas engajaram-se em trabalhos sociais ou ambientais.
Em Curitiba, temos um grupo de yogis engajados na campanha a favor do uso da bicicleta e do movimento "Jardinagem Libertária", em prol de uma ocupação mais humana dos espaços públicos urbanos. Estas são pessoas que fazem a diferença e não esperam pelo poder público para realizar as mudanças que o nosso planeta pede hoje. A transformação que precisamos realizar é muito mais urgente do que a aparelhagem estatal consegue efetivar. E é justamente nesse ponto que entra o Yoga, tocando as pessoas e mobilizando-as a mudar, a fazer diferente, a fazer mais consciente.
Hoje a causa ambiental está em cena. Empresas que poluem, exploram e degradam o meio ambiente apresentam uma imagem de responsabilidade social e ambiental. Outras tantas usam esse filão para vender mais dos seus produtos. O que é um paradoxo, pois quanto mais consumimos, mais degradamos. Ou seja, está na moda ser "ecológico" e nós sabemos exatamente o que fazer, coletivamente e individualmente, para minimizar os danos que estamos causando no nosso planeta. Porém, parece haver um fosso enorme entre a teoria e a prática. Esquecemos que as grandes transformações são feitas a partir de pequenos atos cotidianos. E assim seguimos querendo mudar o mundo, com o discurso mudado, totalmente consciente, porém sem querer abrir mão de muitos dos nossos confortos.
Vejo o Yoga, nesse sentido, como um educador, um disciplinador. Um disciplinador do nosso corpo, ensinando-nos a nos alimentarmos melhor e a consumirmos alimentos de boa procedência (que agridam o mínimo o meio ambiente e que sejam saudáveis ao nosso corpo). Um disciplinador da nossa mente, refreando os nossos desejos, ensinando-nos que consumir não nos faz mais felizes, como nos insiste em inculcar as propagandas. Acredito, portanto, que o Yoga pode promover a ponte entre a teoria e a prática, justamente pela disciplina física, mental e emocional que promove.
Uma das razões do nosso planeta estar na situação de degradação atual é o nosso antropocentrismo, a nossa idéia equivocada de que podemos controlar a natureza. Achamos ser uma espécie superior às demais e olhamos a natureza como "recurso", que está aí para nos servir e ser usado por nós para suprir os nossos desejos que, vale ressaltar, não são necessidades, são luxos. E por causa disso, os espaços naturais foram reduzidos. E antes o que nos englobava, florestas, vegetação natural, foi por nós englobado, cercado, demarcado, restringido.
A nossa ciência entende e manipula aspectos isolados da natureza. O todo, a compreensão global, o encadeamento de causas e conseqüências mais distantes e a longo prazo, nos é, na maior parte dos casos, desconhecida, ou no máximo especulada. Compreendendo isso, Goethe disse: "A natureza reservou para si tanta liberdade que não estamos em condições de competir com ela em toda a sua extensão ou de acossá-la com o nosso saber e nossa ciência".
A filosofia yogi traz consigo essa consciência. Que é a consciência de unidade entre todas as manifestações de vida, entre nós e a natureza. E, a partir disso, não comer carne não nasce de uma atitude de ativismo ambiental - apesar de hoje haver argumentos de preservação ambiental suficientes para pararmos de comer carne -, mas de uma atitude de reverência a todas as manifestações de vida, de respeito à natureza.
E mesmo sendo vegetarianos, estamos às avessas com o que escolhemos para nos alimentar. Quando moramos em cidades e não produzimos o nosso próprio alimento, perdemos a consciência sobre a cadeia alimentar. Os alimentos chegam a nossas mãos praticamente prontos. Assim, perdemos também a consciência sobre todo o processo de produção do alimento. É isso que faz com que a criancinha que vive na cidade se sinta maravilhada ao descobrir que o ovo vem da galinha. Ou que faz com que ela ignore que a carne que ela come vem do mesmo bichinho que ela vê nos desenhos animados da televisão. Esses são exemplos grotescos, mas o fato é que hoje é difícil monitorar a forma como é produzido o que comemos. Especialmente no nosso país, onde não podemos confiar nos órgãos públicos reguladores que deveriam garantir a qualidade do que é produzido. Cabe a nós buscar, vegetarianos ou não, pesquisar e procurar consumir alimentos frescos, de preferência não industrializados e de pequenos produtores locais, para podermos saber a origem do que nós consumimos.
Consumo consciente não se restringe aos alimentos, inclui muita atenção diária e reflexão sobre o que realmente necessitamos, o que é superficial e o que é necessário. Precisamos ter claro o valor que os objetos realmente têm para nós. Como indivíduos, cidadãos e yogis temos esse comprometimento com a coletividade e com o meio ambiente. E se agirmos (consumirmos) conscientes e pensando não só em nós, mas no todo, já estamos fazendo muito. Consumir consciente é uma grande força de reivindicação que nós temos e o Yoga pode ser uma importante ferramenta que nos mantém alertas, despertos, com o pensamento voltado para nós e para o Todo.
Tales Nunes ministra cursos de Formação em Yoga, é mestre em Antropologia e edita os Cadernos de Yoga.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O QUE DEUS ME DITA


Olho para o céu,
peço que alguém me escute,
Faço uma prece,´
È Inútil
A voz que preciso escutar não vem do alto, vem de dentro;
Faço uma oração
Olho para o céu,
vejo apenas estrelas;
Peço novamente que alguém me escute
É em vão,
Então fecho meus olhos e vejo pontos luminosos na imensidão;
Serão estrelas dentro de mim?
Agora sei que posso pedir e serei ouvida;
Profundo silêncio,
apenas o som do ar entrando.
O céu está dentro de mim.
Aquele que me escuta também;
Meu corpo se aquece,
É noite, mas posso sentir o sol
Fico a meditar,
Respiro,
Ainda não sei se sou fogo ou se sou ar.




Andreza Plais






segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Asteya: cultivando a honestidade

Texto de Camila Reitz divulgado no site http://eyoga.uol.com.br

O assunto deste texto é asteya, o terceiro dos Yamas (princípios éticos do Yoga), estes princípio traz a observância para não roubar. Parece muito simples e temos quase a certeza de que esse princípio seguimos sem dificuldades, pois não roubar é ser honesto. E veja o que Patañjali escreve no Yoga Sutra sobre este principio:“Quando a honestidade estabiliza-se firmemente [no yogi], todas as jóias [riquezas] fluem em sua direção.”Honestidade é um dos princípios básicos do Yoga e quando se pratica este principio muitas riquezas surgem para nós. Assim como os outros princípios, este abrange vários aspectos da vida do yogi. É muito fácil perceber que não pegamos nada de ninguém a força, com um ladrão faz. Mas será que não estamos pegando pertences de outros sem nem mesmo perceber? E se pensarmos em políticos que roubam dinheiro de pessoas que morrem em hospitais públicos, isso é revoltante. Será que levamos realmente a sério a questão não roubar, ou simplesmente fingimos saber que não roubamos. Na adolescência quem já não pagou uma conta errada? Quem hoje mesmo não copia um cd de música ou faz cópia de um livro? Quem realmente dá crédito daquilo que ensina para seus professores? Quem já não “roubou” um dinheirinho da carteira da mãe (minha mãe falava que não era pecado! E eu e os meus irmãos acabávamos nem pegando mesmo, pois era permitido pegar, quando necessário). Quem já não usou fotos, poesias, músicas, idéias, nome, autoridade, ideais de outras pessoas? Aqui não estou julgando, mas trazendo um questionamento. Lembre-se que quando eu aponto um dedo para julgar a outra pessoa, três dedos ficam apontados para mim.O fato é acabamos roubando sim, e roubamos sem querer, roubamos principalmente tempo e energia de outras pessoas...
E por falar em atraso. Você chega no horário em seus compromissos? Chegar atrasado é roubar o tempo da outra pessoa, que deixou de fazer outras coisas para chegar na hora e encontrar você.Observe você. Em seu currículo de Yoga, estão os nomes de todos os professores que lhe ensinaram? Com a experiência de ministrar curso de formação e cursos de aperfeiçoamento em Yoga, já vi muitos alunos se esbaldando em aprender e de ensinar o que aprendeu comigo e no final colocando no seu currículo apenas nomes “mais importantes” que o meu. Acredito que seja sem perceber. E é esse o ponto importante que trago neste texto, percebemos como roubo algo muito distante de nós. Afinal não é fácil abrir mão daquele cd pirata, de copiar um livro ou de pegar uma idéia brilhante de alguém. Por fim, acabamos arrumando desculpas para satisfazer nossos desejos. Para realmente conseguir seguir asteya é importante que tenhamos um sentimento de suficiente.Um passo muito importante para conquistar este princípio de asteya é a observância, constante e diária, e é imprescindível que você se olhe de frente. Por isso, aqui sugiro um exercício durante um mês. Coloco um mês, pois de acordo com meu amigo David Lurey um hábito só se torna um hábito quando é repetido durante um mês, diariamente. Repita estas perguntas diariamente:
• Tenho feito proveito somente do que é meu?
• Estou utilizando algo de alguém sem permissão?
• Sou honesto com os ensinamentos que recebi dos meus professores?
• Minhas idéias são realmente minhas?
• Respeito a energia e o tempo das outras pessoas?
• Como posso melhorar?
A tarefa não é fácil, pois fazendo esses questionamentos teremos que deixar velhos hábitos para trás.

AOS MESTRES

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