Ganesha simboliza a sabedoria, inteligência, amor, fertilidade e prosperidade. É o primeiro a ser invocado nas cerimônias para garantir o sucesso em qualquer empreendimento. Ele destrói todos os obstáculos materiais e espirituais. Os indianos dedicam à Ganesha o dia 9 de setembro para homenageá-lo (é feriado na Índia e as festividades duram uma semana)... veja "A História de Ganesha" postado no Blog em julho/2009

“O Yoga acredita em transformar o individual antes do universal.
Qualquer mudança que nós quisermos que aconteça fora de nós, deve primeiramente acontecer dentro de nós.
Se você caminha em paz e expressa esta paz em sua vida cotidiana, outros verão você e certamente aprenderão algo.”




sábado, 10 de março de 2012

OBSTÁCULOS A MEDITAÇÃO

Texto de Miguel Homem Gaudapada foi mestre do célebre Shankara. Ele escreveu um tratado em que expôs o ensinamento da Mandukya Upanisad. Ali, em apenas dois versos, identificou os obstáculos à meditação e como superá-los: laye sambodhayecchitam vikshiptam shamayetpunah | sakashayam vijaniyatsamapraptam na chalayet || na ' svadayetsukham tatra nihsangah prajñaya bhavet | nishchalam nishcharacchitattamekikuryatprayatnatah || Deve acordar-se a mente que caiu no sono; deve trazer-se a mente dispersa de novo para a tranquilidade; deve conhecer-se a mente colorida com desejo. Não se deve perturbar a mente estabelecida em equilíbrio. Não se deve usufruir a felicidade nesse estado, mas deve-se manter desapegado pelo uso do discernimento. Quando a mente estabelecida na sua identidade (uniformidade), quiser abandoná-la, deve concentrar-se com diligência. Mandukya Upanishad Karika de Shri Gaudapada, III, 44-45. Os quatro grandes obstáculos são: 1. A tendência para adormecer (laya); 2. A agitação e vaguear da mente (vikshepa); 3. Latências inconscientes da mente (kashayam); 4. Tendência para usufruir a quietude (rasasvad). A clareza da exposição de Gaudapada foi tal que ao escrever o comentário, bhashya, à Mandukya Upanishad, Shankara incluiu a exposição, karika, do seu Mestre. Deixa-se o comentário de Shankaracharya sobre os versos em questão para que possamos tomar contacto com a viva voz da tradição: "Desta maneira com a ajuda do duplo processo de desapego e prática do conhecimento, sambodhayet, deve acordar-se; a mente fundida, laye, no sono profundo; deve empenhar-se em perceber a transcendência de si mesmo. A palavra chitta tem o mesmo significado de manas, mente. Shamayet punah, de novo deve-se fazê-la tranquila; a mente que é vijshiptam, dispersa, entre o desejo e o prazer. Quando a mente de um homem, que pratica uma vez e outra, é acordada do sono profundo e é retraída dos objectos, mas não se estabelece em equilíbrio e continua num estado intermédio, então vijaniyat, deve saber-se; essa mente como sendo sakashayam, tingida de desejo num estado latente. Desse estado, também, deve ser diligentemente levada ao equilíbrio. Mas quando a mente se torna samapraptam, equilibrada, isto quer dizer, quando se começa a dirigir para esse objectivo; na vichalayet, não deve ser perturbada nesse percurso; ou noutras palavras não deve ser voltada para objectos. Sukham, a felicidade, que o yogi tem enquanto tenta concentrar a sua mente; na asvadayet, ele não deve usufruir. Isto significa que, ele não se deve apegar tatra, ali, àquele estado. Como deve ele comportar-se ali? Ele deve tornar-se nihsangah, não apegado. Prajñaya, através de um intelecto discriminativo. Ele deve pensar 'qualquer felicidade percebida é uma criação da ignorância e é falsa'. Ele deve também retirar a mente desse tipo de atracção pelo deleite - este é o significado. Quando tendo sido retirada da atracção pela felicidade, e tendo atingido o estado de equilíbrio, a mente torna-se nishcharat, desígnio de ir para fora; então retira-se a dos objectos com a ajuda do processo acima mencionado, ekikuryat, deve ser diligentemente concentrada, no próprio Eu; prayatnatah, com diligência. A ideia é que deve ser feita atingir a sua verdadeira natureza de consciência apenas." [Traduções a partir da tradução para o Inglês do Swami Gambhirananda.] 1. O sono O sono é um dos maiores obstáculos à meditação. De facto, a meditação é o momento em que muitos dormem e alguns mais ousados ressonam. Isto acontece, porque estamos relaxados e sempre que dormimos também estamos relaxados. Não é que sempre que estamos relaxados dormimos, mas de facto para adormecer, relaxamos primeiro. O sono é, regra geral causado por cansaço físico ou mental. Deve, por isso, preparar-se a meditação com descanso suficiente. O que se faz antes da meditação assume um papel determinante no evitar do sono. Laye sambodhayet cittam. Laya é o sono. Quando o sono chega, acorda a mente. Sucede que quando o sono se instalou já não estamos presentes para nos acordarmos J. A instrução serve então para o momento anterior ao sono. Antes do sono chegar os olhos começam a pesar, instala-se um torpor e uma letargia. Se estivermos atentos a esses sinais, sabemos que o sono começa a aparecer e pode-se despertar a mente. Um dos métodos para evitar o sono é a auto-sugestão. Não é incomum acontecer que quando temos de nos levantar a uma hora de manhã cedo fora do comum, acordarmos ainda antes do despertador. Isso acontece porque antes de adormecer temos o pensamento determinado que não podermos adormecer depois de o despertador tocar e temos de estar alerta. Essa mesma auto-sugestão pode ser usada. Isto é muito eficaz. A respiração, pranayama, é outra ferramenta útil para ser usada para preparar a mente para a meditação. Haverá pois que saber escolher o pranayama em função do momento. Sobre o pranayama vejam-se os artigos publicados nos Cadernos de Yoga e disponíveis no Dharmanindu. O importante é evitar criar o hábito de adormecer na meditação, sob pena desse padrão se instalar. Vale tudo para evitar o sono: respirar fundo, abrir os olhos, interromper e fazer pranayama, shirshasana (invertida sobre a cabeça) ou até um surya namaskara (saudação ao sol). O sono é, sem dúvida, o obstáculo mais comum. Seguem, em resumo, algumas sugestões para o evitar (seguindo a indicação do Swami Paramarthananda): · Medite depois de tomar banho ou pelo menos depois de lavar o rosto e as mãos. · Medite quando o estômago não estiver demasiado cheio ou vazio. · Escolha um momento em que a mente esteja alerta. · Auto sugestão: "Permaneço acordado e alerta". · Não medite depois de uma actividade cansativa e esgotante. · Não medite quando existe um défice de sono. · Inicialmente faça sessões curtas de meditação de 15 a 20 minutos. 2. A agitação e vaguear da mente (vikshepa) Vikshiptam shamayet punah,quando a mente se afasta, trá-la de volta. A mente tem uma tendência extrovertida e tende a dispersar seja pela percepção de objectos pelos sentidos, seja pelas próprias impressões internas. a) A dispersão externa, pelo que os sentidos reportam, é evitada pelo seguir dos primeiros passos da meditação dentro da tradição. b) A dispersão interna desaparece com a capacidade de concentração desenvolvida pelo japa e o que se deixou dito a esse propósito. Numa e noutra forma de dispersão, o exercício do desapego em relação ao que é percebido e do conhecimento assimilado devem-se fazer presentes. Meditar impõe um estar alerta, desperto e não um deixar-se levar. O estudo da meditação e do seu valor ajudam a evitar a distracção, uma vez que a mente tende a apreciar aquilo que valoriza. Com a prática torna-se claro que alguns hábitos e gostos que temos são a raiz de perturbação e distracções durante a meditação. Quando esses hábitos são identificados devem ser reduzidos ou evitados. 3. Latências inconscientes da mente (kashayam) Kashaya são as impressões nascidas do inconsciente. Ao longo da nossa vida e sobretudo nos primeiros anos de vida existem uma série de situações com as quais somos confrontados e para as quais não temos a capacidade ou discernimento para lidar. Essas memórias, pensamentos e experiências não digeridos são acumulados no inconsciente. Durante a meditação quando a mente encontra uma relativa quietude, tudo isso, que não foi expresso nem assimilado, emerge e manifesta-se. Esta emersão de pensamentos pode perturbar a meditação. Sa kashayam vijaniyat, quando a mente permanece quieta depois de algum tempo de japa ou outra meditação, todo o tipo de pensamentos surgem na mente. Entende-os como sendo do inconsciente e acolhe-os. É necessário permitir que esses pensamentos passem sem resistência e sem perturbação. Acolhemos esses pensamentos reconhecendo que eles não tinham sido processados até então e portanto agora são expressados. Deixamo-los emergirem fazendo com que dessa forma não se tornem parte da própria personalidade. Para tanto há que manter um alerta, mantendo-se como simples testemunha. No dia-à-dia aconselha-se a não manter emoções e sentimentos suprimidos. Esta supressão cria esta pressão no inconsciente que vem a aparecer como um obstáculo. Neste sentido recomenda-se expressá-los, seja com alguém, seja escrevendo para si mesmo. 4. Usufruir a quietude e felicidade (rasasvad) Este é um obstáculo muito subtil. Quando a mente se aquieta e se volta para dentro surge a sensação de paz, serenidade e felicidade. Quando isso acontece naturalmente a experiência é materializada num pensamento do tipo "que bom que é este estado" "que boa que está a meditação hoje" "que felicidade que traz esta meditação". Assim, que este pensamento surge na mente a objectificação da quietude e felicidade aconteceu. Isto dá origem a uma nova leva de pensamentos e impede o reconhecimento dessa felicidade como sendo atma svarupah. Nasvadayet sukham tatra, não usufruas desse estado. Reconhece: "Isto sou eu" nissangah prajnaya bhavet, com o reconhecimento "esta felicidade sou apenas eu" permanece livre. "Acorda a mente quando o sono chega. Quando a mente acordada vagueia, de novo, trá-la de volta. Quando a mente está sob o domínio de alguns desejos não manifestos, conhece-os como sendo do inconsciente. Não se deve perturbar a mente que ganhou tranquilidade depois dos obstáculos terem sido ultrapassados. Não usufruas o deleite, ananda, nesse estado tranquilo. Se desapegado em relação a esse deleito pelo entendimento correcto." Tradução livre a partir do ensinamento do Swami Dayananda.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Carregamento Energético do Plexo Solar

A área entre o umbigo e o encontro das costelas (ponta do esterno) é onde se encontra o plexo solar, no corpo físico, e o chackra manipura, no corpo sutil. Tanto um como o outro são condensadores de energia, de onde, por influxo nervoso ou através dos naddis, a energia, quer nervosa, quer sutil, se espalha por outras partes do corpo. O carregamento dessa bateria tão importante de merecer cuidados, especialmente daqueles que se sentem fracos, abatidos, indispostos, quebrantados, neurastênicos, tamásicos, psicastênicos e deprimidos. O efeito concomitante dessa técnica de vitalização é uma sedação nervosa considerável, que aliás o torna recomendável aos que sofrem de insônia. Uma contradição parece aqui configurar-se, principalmente para quem considera o problema pela superfície. Como pode ser sedativo (neuroléptico) um remédio que ao mesmo tempo é estimulante, isto é, neuroanaléptico? Nos casos de grave depauperamento nervoso, o paciente em vez de dorminhoco não consegue pegar no sono. O dormir bem não é privilégio dos neurastênicos como poderia parecer. Ao contrário, os que têm bons nervos, vitalizados, têm melhor sono, mais fácil e recuperador. O exercício que descreverei aprendi-o no livro de Hohn Munford, discípulo de Yogendra (Psychosomatic Yoga; Thorsons Publishers Ltd., Londres). Postura: Deitado sobre as costas; cabeça para o norte; pernas cruzadas, como em sukhássana; as mãos, com os dedos trançados de maneira que as unhas fiquem em contato com a palma da outra mão, ficam abandonadas sobre o plexo solar. Relaxamento geral: desde o rosto, às mãos e os pés. Respiração entregue a sim mesma, sem qualquer interferência da vontade. Execução: Inicie com uma voluntária, lenta e uniforme inspiração, buscando visualizar uma corrente prânica, quente e luminosa, penetrando pelo alto da cabeça, que, fluindo através do tórax, vai deter-se na linha formada pelas virilhas. Visualize, aí o prana represado, donde é impedido de escapar-se porque seus pés estão cruzados, e é portanto estancado. Expirando suave, longa e uniformemente, “traga para cima o prana acumulado e arrodeie o plexo solar com uma série de círculos com movimento destrogiro (no sentido dos ponteiros do relógio) como se você tivesse um mostrador de relógio do tamanho de um prato, cujo centro fosse o umbigo. Faça o maior número possível de círculos enquanto expira, procurando sentir uma vibração de calor manifestar-se no plexo...” A dose mínima aconselhada é de 15 minutos. Hermógenes, Yoga para Nervosos, p. 402

AOS MESTRES

AOS MESTRES