Apesar de algumas diferentes versões sobre quem teria sido Patanjali, o que é importante ter em mente neste momento é que a compilação dos Yoga sutras foi atribuída a ele. Portanto, Patanjali não criou o Yoga, apenas compilou e sintetizou o conhecimento védico através dos aforismos contidos no Yoga sutra.
Ashta significa oito e anga quer dizer partes ou membros. Ashtanga Yoga de Patanjali é um tratado sobre Raja Yoga baseado na escola Samkhya e no Bhagavad Gita e descreve a essência do Yoga através de oito estágios.
Os estágios descritos por Patanjali vão do mais denso ao mais sutil estado de introspecção. Por meio da prática de cada um destes estágios é que o homem se torna puro e inteiro com sua natureza divina.
As oito partes do Ashtanga Yoga são: Yamas, Niyamas, âsanas, Pranayama, Pratyahara, Dharana, Dhyana e Samadhi.
Em geral, quando alguém procura pelo Yoga o faz com o foco no ásana que é a técnica mais conhecida e visível do Yoga e corresponde às suas posições psico-físicas.
As motivações para se buscar a prática do yoga são diversas e geralmente estão relacionadas a necessidade de adquirir bem estar físico e mental ou por alguma indicação terapêutica. Muitas pessoas nem imaginam que os âsanas são apenas uma pequena parte do que representa o Yoga.
Segundo os textos clássicos, antes mesmo de se aventurar na prática dos âsanas, o primeiro passo em direção ao verdadeiro caminho do yoga é viver de maneira ética seguindo os passos descritos como YAMAS e NIYAMAS que são os alicerces de uma prática consistente, são os códigos de conduta do praticante.
Os Yamas são princípios, código moral a ser seguido em relação ao ambiente externo. São eles: ahimsa, a não violência, satya, a verdade, asteya, não roubar/honestidade, brahmacharya, a não-dissipação da energia sexual, aparigraha, a não possessividade,
Os Niyamas são as disciplinas pessoais, orientações a seguir em relação a si mesmo. São eles: sauchan, a limpeza, santosha, o contentamento, tapas, auto-superação, svádhyáya, o auto-estudo, Ishvara pranidhana, a entrega a Ishvara, ao Absoluto.
A observância desses códigos de conduta e o comprometimento em segui-los associados às outras partes do Ashtanga Yoga permite ao praticante evoluir rumo ao objetivo final que é o auto-conhecimento, a evolução pessoal e a libertação.
Os âsanas conforme já mencionado anteriormente, são as posturas psicofísicas do yoga e Patanjali defini como sendo “a postura, firme e confortável” (sthirasukham ásanam, YS,II:46).
Pranayama é o processo de expansão da energia vital por meio do controle respiratório. Através dos diversos tipos de pranayamas podemos controlar nossa agitação mental e gerar energia e equilíbrio para o corpo físico
Pratyahara é o domínio dos sentidos, é a libertação dos diversos impulsos sensoriais.
Ásana, pránáyáma e pratyáhára dão ao praticante uma infra-estrutura física e mental firme para que possa suportar as transformações decorrentes do seu processo de auto conhecimento.
Dharana é a concentração da mente sobre um objeto e o seu campo. Por meio de Dharana aumentamos nossa concentração em relação a vida e ao trabalho.
Dhyana é o estado meditativo, a meditação propriamente, o momento em que entendemos claramente os nossos pensamentos sem julgamentos e com muita lucidez.
Samadhi é o estado supremo de percepção e controle das funções da consciência onde perdemos a identificação com o EU e entendemos a consciência universal.
Uma vez que entramos em contato com os estágios do Yoga e tentamos aplicá-lo na vida diária, percebemos como o Yoga é uma ciência vasta e profunda e que seu significado jamais poderia ser entendido em uma única definição.
Andreza Plais